quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Elisa Coelho e Paulo Balbino em Entrevista

Ninguém pode negar a grande colaboração dada à Escola de Samba Mocidade Alegre de Olaria pela dupla que está conquistando o Sambão do Povo. Trata-se do "Casal do Samba" (título nosso) Paulo Balbino e Elisa Coelho.
Nos tempos em que Paulo Balbino trabalhava para a Mocidade como carnavalesco (e ele sempre fazia questão de dizer que não era carnavalesco durante os desfiles) a Escola viveu dias de glória, com apresentações de fantasias e alegorias que enchiam os olhos dos foliões.
A Mocidade Alegre de Olaria não pode jamais negar a importância dessa dupla e que vai ficar na memória de todos os admiradores da Escola, quando então a comunidade de Olaria sentia orgulho em desfilar na Avenida Joaquim da Silva Lima.
Rendemos nossa homenagem aos bailarinos Paulo Balbino e Elisa Coelho pelo grande trabalho que desenvolveram na Mocidade e transcrevemos abaixo alguns trechos da entrevista concedida a Tamara Nascimento, correspondente do Site Viva Samba:


Hoje venho aqui falar de mais uma dupla que dá certo. Para muita gente esta dupla não existe, porque a metade dela prefere ficar nos bastidores, mas é de extrema importância para a obra ser concluída. Uma vez quando o Paulo Balbino estava recebendo um dos seus vários prêmios do Carnaval Capixaba, ele agradeceu a sua esposa Elisa, ai alguém falou que ninguém nunca via esta esposa, um amigo meu respondeu: "Ela é que nem nossa Senhora de Fátima, só aparece para três criancinhas, que são elas: Iamara, Arion e Tadeu". (rsrsrs)
Elisa Nunes Coelho, professora de artes e balet, (não sei o que seria dela se não existisse a dança), formada pela Universidade Federal do Espírito Santo e mãe da Karollyne, nasceu na cidade de Guarapari no 27 de novembro, dia que eu vou lá tomar café com bolo e fofocar como sempre (rsrsrs). Com os ensaios da comissão de frente nos tornaram grandes amigas. Ela é peça chave para que esta comissão saia perfeita. O Paulo faz a coreografia e ela se responsabiliza pelos ensaios, e que ensaios... Sempre muito precisa, dedicada e uma paciência que só ela tem, cuida da roupagem não só da primeira ala, mas está sempre verificando se tudo está certo dentro do barracão.
Paulo Roberto Balbino, professor de educação física e também formado pela UFES, personal trainer, bailarino, coreógrafo e carnavalesco, nascido no dia 21 de junho na cidade de Rio Novo do Sul. O Paulo fazia carnaval em Guarapari quando o Mauro Pinto da Unidos da Piedade o trouxe para Vitória, onde se consagrou com a sua maneira irreverente de fazer carnaval.
Amado por uns e criticados por outros, onde o acusam de deixar a comunidade de fora do carnaval, sem direito de subir nos carros, confeccionar suas próprias fantasias... Enfim, sempre o estão acusando de tirar o povo da posição de destaque nas escolas, e por onde ele passa não deixa lastro, ou seja, não deixa trabalho feito. Mas estas mesmas escolas sempre têm pelo menos um prêmio ganho no nosso carnaval graças ao trabalho do Paulo. Em 2004 a comissão de frente da Piedade ganhou todos os prêmios, em 2006 a Barreiros além de ganhar o título do Grupo de Acesso, papou também dez, dos nove prêmios oferecidos pelo Jornal "A Tribuna", só ficando para trás mestre sala e porta bandeira. Em 2007 e 2008, a Andaraí conseguiu dois vice-campeonatos inéditos na sua história.
Algumas pessoas falam que ele é polêmico, mas ele afirma que gosta das coisas certas e concluídas com responsabilidade. Hoje está assumindo novamente a Andaraí e garante que vai vir para a briga, pois está reestruturando a escola com uma Diretoria renovada, e também vai se aprimorar muito nos carros alegóricos, já que para alguns críticos dizem que ele não sabe fazer carros. Agora é a vez dele mostrar que sabe e muito bem, pois a Andaraí estará investindo e dando condições para isso. Nós da equipe Viva Samba estávamos num delicioso café com bolo, que é sempre servido na casa deles toda tarde, e aproveitamos para fazer umas perguntinhas básicas (rsrsrs).

Viva Samba: Como vocês chegaram ao mundo do samba?

Paulo Balbino: Na verdade não gostava de carnaval, não sou folião, sempre corria léguas, mas admirava a arte de fazer carnaval. Quando conheci a Elisa, começamos a trabalhar juntos na dança e ela me convidou a desfilar, no ano seguinte me tornei carnavalesco de uma escola em Guarapari. Numa dessas idas ao Rio para fazer compras fui abordado por um assistente do Joãozinho Trinta e convidado para desfilar na Beija-Flor. Desfilei como composição de carro, depois semi-destaque. Quando o Milton Cunha veio para a Beija-Flor eu passei a ser destaque. Nesse meio tempo o Laíla sabendo que eu era bailarino, me convidou para fazer parte da trupe que viajaria para a Suíça, foi quando eu passei muito tempo dentro dos barracões e quadra ensaiando o show, e pude viver a realidade de se fazer carnaval. Depois dessa viagem a minha vida mudou, a Comissão de Carnaval da Beija-Flor me passou para destaque do carro Abre alas. A Fabíola esposa do Anísio vinha no 1A e eu no 1B.
Elisa Coelho: Sou foliã de berço, filha de porta estandarte e uma das fundadoras da escola de samba Mocidade Alegre de Olaria em Guarapari, onde desfilo a vinte e nove anos, alguns desses como Madrinha de Bateria.


Viva Samba: Paulo, como você começou como carnavalesco?
Paulo Balbino: Eu e a Elisa produzimos alguns espetáculos de dança e decoração de aniversários e casamentos em Guarapari, as pessoas vendo que eu tinha noção de figurino e cenografia, me convidaram a ser carnavalesco.

Viva Samba: Tradicionalmente as escolas de sambas nasceram nas comunidades, como vocês envolvem estas comunidades a participarem deste evento?
Paulo Balbino: Nos viemos de Guarapari, mas nosso ateliê continua lá, e na época que fazíamos o carnaval da Mocidade de Olaria, a gente formou um time de aderecistas maravilhoso, que eram do bairro e hoje continuam trabalhando conosco e são responsáveis por tudo que sai de nossas cabeças, sinto muito orgulho disso. Nesse ano de dois mil e nove na Barreiros, distribuímos protótipos para serem confeccionados na comunidade e o trabalho foi excelente, continuarei com este trabalho na Andaraí, mas confesso que sou muito chato com acabamentos. Quem sabe para o carnaval de dois mil e dez eu consiga trazer a comunidade para meu socorro.

Viva Samba: Qual a maior dificuldade que vocês encontram num barracão de Escola de Samba?
Paulo Balbino: Sempre trabalhei com escolas muito carentes, sem quadra e sem estrutura nenhuma, e o grande desafio é fazer carnaval com pouca grana, ou quase nenhuma. Quando fico sabendo dos valores que a MUG e Jucutuquara gastam, fico imaginando se eu tivesse um terço... Quanta coisa a mais eu poderia fazer? Porque tenho muitas idéias, mas chega um momento que não consigo mais voar, é como se chumbasse meus pés no chão, sinto que meus sonhos, meus projetos ainda não foram para a avenida, mas estou lutando para mudar isso e já consegui muita coisa com pouco dinheiro.
Elisa Coelho: Penso que seja o material humano, uma vez que até mesmo remunerado, sentimos uma dificuldade na mão de obra especializada, ou seja, bons aderecistas que primam por um bom acabamento.


Confira a Entrevista na íntegra, no site do Viva Samba, através do link abaixo:

Um comentário:

  1. Já estava na hora de alguém falar um pouco do nosso carnaval,principalmente da escola de samba de olaria.Acho que o carnaval de Guarapari deveria voltar a ser como era antes.As escolas merecem ser valorizadas e devem ser ajudada pelo poder executivo do nosso município.Espero que com esse Blog o povo e as autoridades comece a dar mais atenção ao carnaval Guarapariense que já foi muito lindo no passado. Bjs a todos

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